segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Batalho... enquanto sinto valer a pena!

Cada dia se tem revelado uma batalha, uma luta incessante para que os meus dias ganhem mais cor.
Gosto disso, é um facto: acho, aliás, que um dia em que não precise travar uma batalha é um dia sem valor! Desde sempre, desde que me lembro ser gente, tem sido assim: passo a passo vou construindo os meus dias e aquilo que me faz bem!

Por isso mesmo, luto! Luto sempre e quando acho que o devo fazer! Qual guerreiro travando mais uma batalha, daquelas em que no final o que se quer é vencer!

Mas esta, esta é uma batalha que não mais me apetece travar: pela primeira vez, sinto estar a lutar contra forças que, pelo menos aparentemente, são mais fortes que eu!

Parto com uma certeza: a certeza de que fiz tudo o que podia, fiz tudo o que o meu coração foi mandando e que a minha intuição me dizia ser o correcto! Não me arrependo de nada, antes pelo contrário, valorizo cada momento e cada partilha, mas a hora do adeus parece ter chegado...

Parto, não com a certeza de que é esse o meu caminho, mas parto!

Parto, não com um sorriso de missão cumprida, mas parto!

Parto, com a sensação do tanto que ficou por fazer!...

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Lisbon Revisited 1923

 
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

Álvaro de Campos, in "Poemas"



RAIOS!!!

As pessoas são demasiadamente complicadas...

As pessoas são demasiadamente complicadas e gostam disso...
Nunca estão bem com aquilo que têm e, pior ainda, adoram ser mais um elemento do mesmo rebanho que todos os outros integram...

Não gosto disso.

Por que raio precisam as pessoas de fazer tudo aquilo que os outros fazem?
Por que raio precisam as pessoas de ser como as outras definiram que elas devem ser?
Por que raio insistem em desistir da sua felicidade apenas para que a sociedade continue (aparentemente e de acordo com cânones pré-estabelecidos ou definidos sei lá bem por quem...) a aceitá-los e a dizer "Ele/Ela sim, aquilo é que é!"?

Raios, tenham a coragem de ser vocês próprios,
tenham a coragem de lutar pelo que realmente querem,
tenham a coragem de ser diferentes daquilo que os outros querem que vocês sejam!

Raios, tenham a coragem de ser felizes!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O Amor não é possessão.

Esta é a ideia principal.

Quero muito, mas até que ponto tenho o direito de exigir que o outro queira também,
comigo, a mesma coisa, no mesmo tempo e no mesmo lugar?

Não tenho.

Mas também não tenho o direito de desistir dos meus sonhos e daquilo que sei capaz de me fazer feliz.

Solução?

Não é simples, mas parece clara: construir o nosso sonho, definir o nosso caminho e lutar pelo que queremos, valorizando, acima de tudo, tudo aquilo que sabemos não querer.